quarta-feira, 15 de junho de 2016

Anaximandro de Mileto



A Substância Primária "Ápeiron" "ἄπειρον" (Indefinida, Indeterminável, Infinita)
Simplício Phys... uma outra natureza Ápeiron, de que provêm todos os céus e mundos neles contidos. E a fonte da geração das coisas que existem é aquela em que a destruição também se verifica «segundo a necessidade; pois pagam castigo e retribuição umas às outras, pela sua injustiça, de acordo com o decreto do Tempo».
O contexto mostra que Teofrasto considerava a citação adequada ao ponto de vista que acabara de atribuir a Anaximandro, ou seja que «todos os céus e mundos neles contidos» provieram do Indefinido. O plural acrescenta que, uma vez que eles provieram do Indefinido, a ele hão de também regressar «segundo a necessidade; pois pagam castigo e retribuirão uns aos outros» . Parece que por «os céus e mundos neles contidos» Teofrasto se referia aos mundos inumeráveis. Mas há uma dificuldade muito grande em interpretar as citadas palavras de Anaximandro como referentes aos mundos inumeráveis que provêm do Indefinido, e nele são destruídos. a retribuição se faz mutuamente entre as partes que são o sujeito da frase. Poderemos nós acreditar, de fato, que o Indefinido, sendo divino, pratica uma injustiça contra os seus próprios produtos, e tem de os recompensar? Esta ideia é, seguramente, inaceitável; mas se assim fosse, então Teofrasto (qualquer que seja o significado por ele atribuído a 'céus' e 'mundos') enganou-se na aplicação adequada da máxima de Anaximandro. Tem-se argumentado desde longa data que as coisas que cometem injustiças umas contra as outras devem ser iguais, diferentes, mas correlativas; e que é muito possível serem estas as substâncias contrárias que compõem o mundo diferenciado.

Os contrários


A produção de algo que pudesse ser descrito como «contrários» era para Anaximandro um estágio essencial da cosmogonia; por isso, é razoável supor que eles desempenhavam um importante papel no mundo desenvolvido. A ação reciproca dos contrários é básica em Heráclito, que parece ter corrigido deliberadamente Anaximandro por meio do paradoxo «discórdia é justiça». É em Anaximandro que claramente se encontra, pela primeira vez, o conceito de substâncias naturais contrárias (conceito que reaparece em Heráclito, Parmênides, Empédocles, Anaxágoras, e, certamente, nos Pitagóricos desde Alcméon). Anaximandro foi, sem dúvida, influenciado pela observação das principais mudanças das estações, nas quais o calor e a seca do Verão parecem ter como adversários o frio e a chuva do Inverno. O constante intercâmbio entre substâncias contrárias é explicado por Anaximandro numa metáfora legalista derivada da sociedade humana: a prevalência de uma substância à custa do seu contrário é «injustiça», e a reação verifica-se através da aplicação do castigo, com a restauração da igualdade — de algo mais que igualdade, porquanto o prevaricador fica, também, privado de parte da sua substância original. Esta é dada à vitima, além daquilo que lhe pertencia, e por sua vez conduz (poderemos nos inferir)  ao excesso, por parte da primeira vitima, que passa a cometer uma injustiça contra o antigo agressor. Assim, tanto a continuidade como a estabilidade da mudança natural eram, para Anaximandro, motivadas por meio desta metáfora antropomórfica. Os principais contrários da cosmogonia eram a substância quente e a substância fria a chama ou o fogo e a névoa ou o ar. Estas, a que estão associadas a secura e a umidade, são também os principais contrários cosmológicos, mais particularmente implicados nas mudanças em larga escala do mundo natural. Para Anaximandro, o mundo pode ter sido formado a partir de substâncias que, apesar de possuírem, cada uma delas, tendências individuais contrárias às de algumas das outras, não precisam de ter sido formalmente descritas como contrárias, isto é, por exemplo, como duro e mole; mas simplesmente como fogo, vento, ferro, água, homem, mulher e assim por diante.

«O decreto do Tempo»

A frase terminal da citação, «de acordo com o decreto do Tempo», 
amplifica a metáfora da injustiça. Que espécie de decreto promulga o Tempo? A palavra sugere a sentença de castigo proferida pelo juiz ou, mais propriamente, a imposição de um tributo como nas listas de tributos atenienses. Nestes casos, o que é ordenado ou decretado é o montante do castigo ou do pagamento; dificilmente pode ser esta a principal finalidade do decreto do Tempo. O Tempo deve, provavelmente, regulamentar o prazo para o pagamento; o montante seria fixado, como indenização total, acrescida de uma multa proporcional. A ideia de um prazo é adequada: a injustiça do Verão tem de ser reparada dentro do período, aproximadamente igual, do Inverno, a da noite durante o período do dia, e assim por diante. Não é possível que se tivesse em mira nenhum período uniforme: o Tempo decreta de acordo com cada caso particular. 

Os Mundos Inumeráveis



Teofrasto ... uma outra substância de grandeza espacial infinita, de que provêm todos os céus e mundos neles contidos.

Tem havido longa controvérsia sobre se estes mundos inumeráveis eram sucessivos no tempo (de maneira que o nosso mundo eventualmente há de acabar, para lhe suceder um outro e assim por diante), ou coexistentes.


Aristóteles Fís ... é que por se não esgotarem no nosso pensamento, não só o número parece ser infinito, como ainda as grandezas matemáticas e o que se encontra fora do firmamento. Mas se o que está fora é infinito, também o corpo parece ser infinito, e bem assim os mundos: pois por que motivo haviam eles de existir mais numa parte do vazio do que noutra? 


Este passo fornece o quinto e mais importante motivo, segundo Aristóteles, do desenvolvimento de um conceito de infinidade. O argumento de que se o que está fora do firmamento é infinito, então o corpo é infinito, e se o corpo é infinito, então os mundos são infinitos, deriva dos Atomistas, que indubitavelmente estavam presentes no pensamento de Aristóteles no passo citado. Mas os mundos infinitos são solicitados pela hipótese do corpo infinito, quer isso, por sua vez, seja ou não demonstrado (como o foi pelos Atomistas) a partir do vácuo infinito. Baseado neste raciocínio, Teofrasto podia ter sido impelido a supor que aquele que foi o primeiro e mais notável pensador a acreditar no corpo infinito (sentido que ele julgava implícito em tó ápeiron) — nomeadamente Anaximandro —, também tenha admitido a existência dos mundos infinitos. Estes comportar-se-iam como os dos Atomistas no fato de serem coexistentes e também sucessivos —isto é, nascendo e morrendo continuamente. A hipótese de que todos os mundos inumeráveis são desta espécie parece ser formulada por Aristóteles. Se encontrarmos provas de que Teofrasto considerou os mundos de Anaximandro não só coexistentes, senão também sucessivos, tais provas hão de sugerir seguramente que Teofrasto atribuía a Anaximandro uma argumentação atomista. 




O indefinido como substância intermediária, em Aristóteles


Aristóteles de gen. et corr. ... Não há um só destes elementos (fogo, ar, água, terra) de que derivem todas as coisas; e não há certamente nenhuma outra coisa além destes, algo de intermediário entre o ar e a água, ou entre o ar e o fogo que seja mais densa do que o ar e o fogo, e mais sutil que os demais: pois isso será, simplesmente, ar e fogo com oposição dos contrários; mas um dos dois contrários é uma privação — de modo que é impossível ao elemento intermediário existir alguma vez isolado, como pretendem alguns a respeito do infinito [apeiron] e do circundante.

Aristóteles Fís. Dois tipos de explicação são dados pelos físicos. Os que fizeram uno o corpo subsistente, quer seja um dos três elementos ou uma outra coisa que é mais densa do que o fogo e mais sutil do que o ar, geram tudo o mais por condensação e rarefação, fazendo assim a pluralidade dos seres... Mas os outros dizem que os contrários se separam do Uno, estando nele presentes como afirmam Anaximandro e todos os que admitem a unidade e a multiplicidade, como Empédocles e Anaxágoras; pois também estes separam tudo o mais da mistura.
Porquê o infinito ou indefinido como origem???
Aristóteles Fís. Contudo, nem o corpo infinito pode ser uno e simples, quer ele seja, como afirmam alguns, aquilo que existe a margem dos elementos, e donde os fazem nascer, quer ele seja expresso simplesmente. Pois, alguns há que fazem infinito o que existe a margem dos elementos, e não o ar ou a água, por forma a que o resto não seja destruído pela substância infinita destes; é que os elementos opõem-se entre si (por exemplo, o ar é frio, a água, úmida, e o fogo, quente), e se algum destes fosse infinito, o resto já teria sido destruído. Mas, nestas condições, eles dizem que o infinito é diferente desses elementos e que estes provem dele. 
Aristóteles Fís.  Para os que se ocupam do assunto, a crença na existência do infinito resultaria, na maioria dos casos, de cinco fatores ... demais, porque só assim a geração e a destruição não deixariam de se verificar, se houvesse uma fonte infinita de que provém o que é gerado.  
Aristóteles Fís. Nem, para que a geração não deixe de se verificar, é necessário a um corpo perceptível ser efetivamente infinito; pois é possível que, sendo limitado o total das coisas, a destruição de uma seja a geração da outra.

Esta era precisamente a opinião de Anaximandro sobre a formação física, ou seja, não há desperdício: as substâncias opostas pagam retribuição umas as outras pelos seus abusos. Contanto que equilíbrio se mantenha, toda a transformação no mundo desenvolvido se realiza entre a mesma quantidade original de substâncias separadas



O Indefinido tudo abarca e tudo regula....; é divino e imortal

Aristóteles Fís. ... o infinito não tem princípio... mas é este que parece ser o princípio das outras coisas, e abarcá-las e dirigi-las a todas elas, como afirmam todos os que não admitem outras causas, como o espírito ou a amizade, acima e para além do infinito. E é isto o divino, por ser imortal e indestrutível, como dizem Anaximandro e a maioria dos fisiólogos.
Aristóteles de Caelo. De fato, alguns supõem que  existe uma única substância, e essa substância supõem uns que é a água, outros o ar, outros o fogo, outros algo mais sutil do que a água e mais denso do que o ar; é ela, no seu dizer, que circunda todos os céus, por ser infinita.

Cosmogonia

São aplicáveis a Anaximandro os conceitos de movimento eterno e de vórtice?


Hipólito ... que o movimento era eterno, do que resulta que se originem os céus.
Aristóteles Fís. Acaso o movimento foi alguma vez gerado ... ou nem foi gerado nem é destruído, mas sempre existiu e continuará a existir eternamente, e é imortal e incessante para as coisas que existem, sendo como que uma espécie de Vida para todos os objetos naturais? Mas todos os que afirmam que há mundos infinitos, e que alguns deles são gerados e outros destruídos, afirmam também que o movimento existe sempre, ao passo que todos os que dizem que há um só mundo, eterno ou não, formulam uma hipótese análoga acerca do movimento.
Aristóteles de Caelo. Contudo, se existe de fato alguma espécie de movimento natural, não haveria apenas movimento ou repouso forçados; de modo que, se a terra está agora parada a força, também se reuniu no centro devido a ser levada para lá por causa do vórtice. (Pois é esta a causa que todos apresentam, deduzindo-a do que acontece na água e no ar: é que nestes elementos, os objetos maiores e mais pesados são sempre levados para o centro do vórtice). Por isso, todos os que dizem que o céu foi gerado, afirmam que a terra se reuniu no centro. 

É muito pouco provável que o próprio Anaximandro tenha alguma vez isolado esta questão do movimento; o Indefinido era divino, e possuía naturalmente o poder de por em movimento o que quer que quisesse e onde quisesse. Definir mais ainda as suas propriedades seria anular o objetivo de Anaximandro. 

Como é que os contrários provieram do Indefinido?


Aristóteles Fís. Mas os outros dizem que do Uno se separaram os contrários, que estão presentes nele, como afirmam Anaximandro e todos os que admitem a unidade e a multiplicidade, como Empédocles e Anaxágoras; pois também estes separam tudo o mais da mistura. 

Simplício Phys. É evidente que ele (Anaximandro), ao ver a mudança reciproca dos quatro elementos, achou bem não fazer de nenhum deles o substrato, mas uma outra coisa a margem deles; e produz a geração não por intermédio da alteração do elemento, mas pela separação dos contrários através do movimento eterno. 


(a) Os contrários separam-se de dentro de em Aristóteles e separam-se a partir de em Simplício;
(b) Simplício, mas não Aristóteles, disse que a separação foi devida ao movimento eterno.

Aristóteles era propenso a interpretar tudo a luz das suas próprias teorias acerca dos corpos simples e dos dois pares de contrários básicos, e deturpou??? Anaximandro ao substituir separar de dentro de por separar a partir do Indefinido, dando assim origem a uma mistura de contrários. Teofrasto atribuiu a ideia de separação a partir de a Anaximandro, mas como separação dos mundos inumeráveis e não de contrários



Cosmologia


A Terra



Pseudoplutarco Ele diz que a Terra tem forma cilíndrica, e que a sua profundidade é um terço da largura.
Hipólito A sua forma é curva, redonda semelhante ao fuste de uma coluna; das duas superfícies planas, nós caminhamos sobre uma, e a outra está do lado oposto. 
Aristóteles de Caelo Alguns há, como Anaximandro entre os antigos, que afirmam que ela (a Terra) se mantém imóvel devido ao seu equilíbrio. Pois força é que aquilo que está colocado ao centro, e está a igual distância dos extremos, de modo algum se desloque mais para cima ou para baixo ou para os lados; e lhe é impossível mover-se simultaneamente em direções opostas, pelo que se mantém fixa, por necessidade. 
Hipólito A Terra está suspensa no ar, sem que nada a segure, mas mantém-se firme pelo fato de estar a igual distância de todas as coisas. 

Os corpos celestes
Hipólito Os corpos celestes nascem como círculos de fogo separados do fogo do mundo, e cercados de ar. Há respiradouros, determinadas aberturas como as da flauta, aos quais aparecem os corpos celestes; consequentemente, os eclipses dão-se, quando os respiradouros são obstruídos. A Lua é vista ora a aumentar, ora a diminuir consoante a obstrução ou abertura dos canais. O circulo do Sol é 27 vezes maior do que a Terra, o da Lua 18 vezes, o Sol é o mais alto, e os círculos das estrelas fixas são os mais baixos. 
Écio Anaximandro (diz que o Sol) é um circulo 28 vezes maior do que a Terra, como a roda de um carro com o aro oco e cheio de fogo, e que deixa ver o fogo num dado ponto, através de uma abertura, como se fosse através da tubuladura de um fole. 
Écio Anaximandro diz que o Sol é igual a Terra, mas que o seu Circulo, no qual tem o seu respiradouro e pelo qual é levado em redor, é 27 vezes maior do que a Terra. 
Écio Anaximandro (diz que os corpos celestes) são transportados pelos círculos e esferas em que cada um deles se desloca. 

É bem claro que muito da astronomia (como parece ser até a atualidade?!) de Anaximandro é especulativa e apriorística - o que não quer dizer que seja exatamente mística ou poética . Pelo contrário, a simetria do universo, que já era admitida em Homero e Hesíodo, é mais desenvolvida, torna-se mais precisa e apresenta uma relação mais estreita com a observação "senso comum" de um gênero um tanto incompleto e casual.

Fenômenos meteorológicos


Hipólito Os ventos produzem-se, quando os vapores mais sutis do ar se separam e quando são postos em movimento por agregação; a chuva resulta da exalação que se eleva das coisas que estão ao sol, e o relâmpago origina-se sempre que o vento se desencadeia e fende as nuvens.
Écio (Acerca dos trovões, relâmpagos, raios, redemoinhos e tufões). Anaximandro diz que todos estes fenômenos acontecem como resultado do vento: pois, sempre que este é encerrado numa nuvem densa e depois irrompe para fora dela a força, graças a sua sutileza e leveza, então o rebentamento produz o estrondo, ao passo que a fenda em contraste com o negrume da nuvem produz o clarão.
Sêneca Anaximandro referia todas as coisas ao vento: o trovão, disse ele, é o ruido da nuvem percutida. 


A Terra está a secar


Aristóteles Meteor. É que, em primeiro lugar, toda a área em redor da Terra é úmida, mas ao ser enxuta pelo Sol, a parte que é exalada produz os ventos as revoluções do Sol e da Lua, segundo dizem, ao passo que a que fica é mar; por isso, pensam eles que o mar está efetivamente a diminuir devido ao fato de estar a secar, e que um dia acabará por ficar completamente seco ... desta opinião foram Anaximandro e Diógenes, conforme o relato de Teofrasto. 



Zoogonia e Antropogonia




Écio Anaximandro disse que os primeiros seres vivos nasceram na umidade, envoltos em cascas espinhosas; e que, com o avanço da idade se mudaram para a parte mais seca e que, depois de a casca ter estalado levaram, por um curto espaço de tempo, um gênero de vida diferente.

Pseudoplutarco Demais, ele diz que no começo o homem nasceu de seres de uma espécie diferente; porquanto os outros seres em breve se sustentam a si próprios, ao passo que só o homem carece de amamentação prolongada. Por esta razão, ele não teria sobrevivido, se tivesse sido esta a sua forma 
original. 

Censorino de die nat. Anaximandro de Mileto pensou que da água e da terra aquecidas surgiram ou peixes ou seres muito semelhantes aos peixes; entre estes se formou o homem, sob a forma de embrião retido dentro deles até a puberdade; quando, por fim, os seres semelhantes a peixes se romperam, deles saíram os homens e as mulheres já capazes de se alimentarem. 
Hipólito Os seres vivos geraram-se da umidade evaporada pelo Sol. Inicialmente, o homem era semelhante a um outro animal — isto é, ao peixe.

Plutarco Symp. Por isso, eles (os Sírios) adoram também os peixes por serem de uma raça semelhante a sua e com a mesma alimentação. A este respeito filosofam de forma mais adequada do que Anaximandro; porquanto este declara, não que os peixes e os homens foram gerados dentro dos mesmos progenitores, mas que inicialmente os homens foram gerados no interior de peixes, e que depois de ai terem sido criados - como os tubarões - e de se terem tornado capazes de cuidar de si próprios, então saíram deles e ocuparam a terra.  



É de Anaximandro a primeira tentativa, de que temos conhecimento, para explicar racionalmente a origem do homem, e bem assim a do mundo. Além disso, os princípios gerais do desenvolvimento do nascimento são semelhantes : a umidade é contida( num invólucro semelhante a casca das árvores, e o calor causa, de certo modo, uma expansão ou explosão da casca e a libertação de uma forma completada no seu interior. Nem todos os sucessores de Anaximandro se preocuparam com a história do homem (os seus interesses iam antes para a sua condição atual), e nenhum o ultrapassou no ponderado engenho das suas teorias. Apesar de incompletas, as nossas fontes mostram que a explicação da natureza dada por Anaximandro, embora se encontre entre as mais antigas, foi uma das de mais amplo alcance e a mais imaginativa de todas. 
I